quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amamentação e Saúde Bucal - Combinação Perfeita

Drª Margareth Pandolfi - 2011

Nos últimos anos, o aleitamento materno tem se colocado em posição de destaque
como medida de promoção de saúde, fazendo parte de campanhas nacionais, bem
como sendo também incluído como política de saúde.

Sua importância tem sido abordada sob vários aspectos. As vantagens do
aleitamento materno podem ser vistas sob quatro aspectos: emocional da mãe e do
bebê, nutricional do bebê, imunológico e sob o aspecto mio-funcional.

Em relação ao aspecto emocional o aleitamento materno evita a depressão pós-
parto e a recuperação física em menor tempo e no bebê favorece a liberação
de hormônios associados à plenitude do prazer, promove o contato físico,
possibilitando estimulo sensorial (pele a pele), auditivo (quando mama o bebê ouve
o coração da mãe), visual (a proximidade da mãe favorece a ampliação do campo
de visão que até os três meses é curto) e afetivo (cheiro da mãe). Além disso
o bebê sente-se também protegido e aconchegado, com segurança e exercita a
paciência e perseverança.

Ressalta-se que sob o aspecto nutricional comprovadamente o leite materno tem
todos os nutrientes necessários para o seu perfeito crescimento e desenvolvimento
do bebê.

Sob o aspecto imunológico, é também comprovando o bebê não é capaz de
produzir seus próprios anticorpos, somente aos três meses ele terá seu sistema de
defesa imunológico desenvolvido. Substâncias importantes como IGA, lisozimas,
mucínas, prolacticia, e fatores de crescimento epidérmico estão presentes no leite
materno evitando diarréias bacterianas e virais, atacando células que contenham
bactérias, que podem acatar doenças favorece o desenvolvimento cerebral, previne
infecção urinárias entre outras.

Talvez o menos divulgado de todos os motivos para o aleitamento materno seja
o aspecto miofuncional (funcinalmente muscular). Quando o bebê nasce o crânio
cefálico (parte onde está o cérebro) e o crânio facial são desproporcionais em
tamanho. A face é muito menor e mais horizontalizada, isto é, é maior no sentido
horizontal do que vertical. Está disposição é fisiológica, e existe para favorecer o
parto e a pega, (o contato dos lábios do bebê com o mamilo) na hora de mamar.

No momento da amamentação, o bebê cerra o maxilar superior e inferior,
colocando entre eles o mamilo, faz duas a três sucções, (ordenha) e a língua,
que assume nesse momento um formato de cunha, segura o leite e faz a
deglutição (ato de engolir). Então uma pausa é feita para que ainda com lábios
vedados, o bebê possa puxar o ar pelo nariz (respirando). Assim o ciclo se repete,
estabelecendo a respiração nasal.

A atividade muscular, óssea e neural no aleitamento promove o trabalho dos
músculos e ossos da face, isso se for associado ao fato do bebê respirar ar frio
e depois aquecê-lo, provoca expansão óssea que favorece o padrão genético de
crescimento, bem como favorece o crescimento e desenvolvimento facial de forma
equilibrada.

Se a amamentação no seio por qualquer motivo for interrompida, ocorrendo o
desmame precoce (uso de chupetas, mamadeiras, dedo entre outros fatores) a
sucção, a respiração, a deglutição, a fala, o crescimento e desenvolvimento facial e
corporal.

O equilíbrio do crânio (um osso pesado) e a postura da cabeça e do pescoço e
até mesmo a postura da coluna e dos membros podem sofrer interferências, e
isso tem freqüentemente sido associado à obesidade e baixo peso, problemas
de coluna, dificuldades de aprendizado e concentração, insônia, apnéia do sono,
hiperatividade, agressividade, cansaço físico, baixo rendimento da prática de

esportes.

O consumo de produtos industrializados (leites artificiais), que não se assemelham
em nenhum aspecto nutricional ao leite materno, desfavorece o desenvolvimento
do sistema imunológico, podendo gerar renite alérgica, afecções das amígdalas,
faringes, hiperplasias das amígdalas, afecções do ouvido médio, afecção cardíaca,
sinusites, lentidão do aparelho digestivo, desordens intestinais, anemias, entre
outras seqüelas associadas à obstrução nasal na primeira infância.

Todos estes distúrbios físicos e comportamentais diminuem a qualidade de vida do
indivíduo. O papel dos profissionais de saúde frente a tais desafios é não esquecer
nunca da essência do ser humano "Todo ser tem o direito à vida" - Tem direito a
mamar no peito. É um "ato ecológico" - politicamente correto - não polui e faz bem
a saúde (CARVALHO, 1995).

Por isso, todo profissional da área de saúde, educadores e pais ou responsáveis
devem conhecer tais aspectos e estar integrado aos Cirurgiões dentistas advogando
pelo Aleitamento materno exclusivo, pois a atenção precocemente durante a
gestação e ao bebê pode evitá-las.

Mamar, engolir, respirar e mastigar são reflexos vitais, não deixe que nada interfira
com a vida do seu bebê consulte um Cirurgião dentista.

Dra Margareth Pandolfi
Doutoranda em Saúde Coletiva
Mestre em Odontologia
Especialista em especialista em Odontologia do Trabalho, Saúde coletiva e Odontopediatria e especializanda em Odontologia Legal.

 
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